30 de outubro de 2009

Comunicação Integrada

Chama-se Comunicação Integrada e é um novo blogue dedicado ao debate e reflexão sobre as áreas temáticas dedicadas a esta grande disciplina. Será também mais um espaço para o meu contributo pelo que naturalmente o Be Aware of The Dog ficará um pouco mais "adormecido".
Excepto se a Política exigir alguma reacção mais crítica.

2 de outubro de 2009

A súbita obsessão republicana de Costa


Se é politicamente compreensível a não participação de Cavaco Silva nas cerimónias deste ano do 5 de Outubro, já não se compreende porque razão não é Jaime Gama, Presidente da AR, a presidir às mesmas. Aliás, a exemplo do que já aconteceu em circunstâncias semelhantes no mandato de Jorge Sampaio. Mas percebe-se esta súbita obsessão republicana de António Costa. A ponto de estar a gerar mal-estar, não só na GNR por causa da questão das Honras Militares, mas também noutros sectores. E quanto a este último assunto nem há nada a discutir. Muito menos a incompreensível ingerência do protocolo da autarquia onde não lhe é reconhecida competência nesta matéria. Até porque a cerimónia não é municipal, é Nacional. A decisão última cabe à Presidência da República apoiada no Protocolo de Estado.

30 de setembro de 2009

Elisa a tonta


Partindo do princípio que Elisa Ferreira representa alguma elite política na aposta autárquica do PS percebe-se, depois do debate de ontem na SIC Notícias, o porquê da baixa representatividade dos socialistas nos municípios portugueses. O que assistimos por parte da candidata socialista à Câmara do Porto foi uma prestação medíocre, revelando uma total falta de cultura democrática para com as outras forças políticas presentes e um preocupante desconhecimento de muitos dossiers relativos à cidade. Um vazio de ideias assente num sorriso tonto e tentando desesperadamente falar, falar, falar. Eficácia nula.

28 de setembro de 2009

As ilhas adjacentes




Fernando Rosas, "iluminado teólogo doutrinário" do Bloco de Esquerda, falou ontem na vitória, em larga escala, do seu Partido em Portugal e nas ilhas adjacentes. Afinal, para além dos quatro deputados do círculo da emigração falta ainda conhecer o eleito pelas Berlengas.


Olhei para Fernando Rosas e lembrei-me de Mário Viegas, sublime na sua interpretação de Herdeiro dos Teles de Midões na comédia "O rei das Berlengas". Para quem não se recorda, "0 filme mostra como os Teles de Midões, ao longo de séculos e em momentos cruciais da história portuguesa, tudo fizeram para recuperar a independência do arquipélago, mas foram sempre ultrapassados pelos acontecimentos".

As lições da História

Erro de Perspectiva


Ainda a noite eleitoral caminhava e já o caso das escutas ao PR estava novamente no centro do debate. Aliás, não estivesse Pacheco Pereira a comentar na SIC. O que me espanta neste assunto é que nunca mais ninguém falou no alegado envolvimento dos assessores de Cavaco na elaboração do programa eleitoral do PSD. É que o caso das alegadas escutas (caso não se lembrem) está directamente indexado a toda esta polémica. Foi uma fonte da Presidência que, quando levantada a polémica do envolvimento dos assessores afirmou "que só podiam saber se andassem a escutar Belém". By the way, Suzana Toscano, assessora de Cavaco Silva, lá esteve ao lado de MFL em noite eleitoral.

18 de setembro de 2009

Quem perdeu com a encomenda? II

Não deixem de ter em atenção um pormenor curioso no e-mail do Luciano Alvarez publicado na notícia do DN.
No início do mesmo, o jornalista refere: “Vou fazer esta conversa por e-mail e não por telefone porque a situação é tão grave que é melhor não correr o risco de ser escutado”.
E acaba o mesmo e-mail dirigido a um seu colega de uma forma magistral: “Quando acabares de ler o e-mail pudemos falar por telefone” (sic).
Afinal o perigo das escutas era real ou o jornalista já tinha a certeza que toda a história era um engodo e, mesmo assim, decidiu avançar?

Quem perdeu com a encomenda?



Em Política, a arte de construir (com sucesso) álibis (mais ainda quando se trabalha na esfera da Comunicação) não está ao alcance de qualquer um. E falo com conhecimento de causa.
Já aqui o tinha escrito, na óptica da Lógica do Óbvio, que a leitura possível de todo este episódio das alegadas escutas à Presidência da República era que alguém estava efectivamente a mascarar o envolvimento de assessores do PR em actividades partidárias.
De qualquer modo, este é mais um episódio, entre tantos outros, que depressa passará à História. Para Fernando Lima, os danos são colaterais.
Quanto ao jornalista do Público temo que já não possamos dizer o mesmo! A Imprensa é quem sai mais abalada de todo este caso.

17 de setembro de 2009

Este País que nós temos...




Cada vez mais tenho por boa verdade que a qualidade da classe política – entendida no sentido lato da agregação de valores e não só das competências de exercício de cargo – está indexada à realidade cultural de cada país e que, no nosso caso, sem dúvida alguma acaba por reflectir o baixo nível de milhares e milhares de portugueses.

Vem isto a propósito de, dada vez mais, me confrontar com um sentimento de estupefacção ao ler os comentários que são produzidos e colados em rodapé nas notícias que correm nos vários media online, com destaque para o Sapo e o Público, que são duas das minhas visitas obrigatórias.

Aliás, confesso que ainda gostava de conhecer quem teve esta infeliz ideia de “inventar” tal sistema, talvez convencido que seria um contributo significativo para uma almejada democracia (mais) participativa ou para uma menor “asfixia democrática” como hoje é uso dizer-se. Tremendo erro.

Decidi-me a fazer um pequeno exercício: Imaginem um personagem isolado, um menino-lobo, sem contacto com o nosso país e que, durante algum tempo, só tivesse acesso a este tipo de comentários como forma de ir apreendendo e percebendo a realidade política, económica, social, cultural deste pedaço à beira-mar plantado.

Uma coisa é certa. Cá nunca poria os pés. Experimentem fazer este exercício e verão o que quero dizer.

Mas a face oculta desta “rábula” ou como lhe queiram chamar não se esgota aqui. E essa é a face perigosa que este mero exercício de avaliação não revela. É que, para muitos dos que ali rondam (nos comentários) a necessidade de ofender é muito maior do que a simples necessidade ou possibilidade de opinar. E este é apenas um pequeno sinal de uma caminho perigoso que estamos a permitir. Portugal não vive um défice democrático, como muitos políticos - principalmente aqueles mais à esquerda querem fazer crer - mas sim um excesso de democratização. E este está-se a materializar na esfera da comunicação. É aqui que é fácil esconder o vazio de ideias com parangonas discursivas, mas também é aqui que se compreende o vazio de valores com o discurso ofensivo e ordinário que a democracia (excessiva) legitima como a ampla liberdade de escolha e afirmação.

Nunca Portugal assistiu a tanto “insulto” na Política, a tanto disparate na Magistratura, a tanta ordinarice em algumas manifestações de sectores profissionais bem identificados, a um Jornalismo muitas vezes ofensivo escondido numa impunidade forçada por essa mesma forma de “Democracia adulterada” e a um despropósito sem rumo, em que todos dizem o que querem porque acham que a Democracia lhes confere esse direito.

Mas também nunca assistimos a tantos silêncios de quem tem obrigação de falar…

Orwell escreveu o Triunfo dos Porcos. Leiam-no, porque os porcos já andam ai à espreita!


Crônicas da Frontline

16 de setembro de 2009

Bloco rachado


O BE faz lembrar aquelas velhas telas quando o verniz começa a estalar e descobre-se que, afinal, havia uma outra pintura por detrás que tinha sido habilmente escondida com uma cena idílica.
Foi Sócrates que, no debate com Francisco Louça, começou a trazer à tona a verdadeira ideologia de radicalismo político que se esconde no discurso fácil dos bloquistas. Veja-se agora o despropósito de ex-filiado Sá Fernandes depois da tomada de posição de José Miguel Júdice, em entrevista ao Expresso, sobre a candidatura socialista à Câmara de Lisboa.
Começa a ganhar corpo o isolamento do BE e também António Costa tem mais um espinho para se descartar…

8 de setembro de 2009

Caiu a capa a Louçã

O debate entre José Sócrates e Francisco Louçã teve uma virtude primeira. O Primeiro-ministro conseguiu arrastar Louçã para a face oculta do Bloco de Esquerda: o verdadeiro pensamento ideológico de radicalismo político completamente desajustado da realidade democrática de uma Europa moderna que os Bloquistas tentam, a todo o custo, esconder.
O discurso “fácil” de Louçã (e mais dois ou três protagonistas do BE que sustentam a visibilidade do partido) alicerçado apenas na esfera comunicacional e sem necessidade de sustentação explicativa da sua base ideológica tem sido um modus operandi de sucesso. Aliás compreende-se a lógica discursiva de Louçã: tudo é articulado na exploração de casos pontuais e depois Louçã parte para a extrapolação. Logo as pessoas não precisam de procurar nada mais porque as respostas são dadas pelo condicionalismo criado por cada caso. É assim no Parlamento, é assim na televisão, é assim na rua. Ou era! Porque agora Louçã vai ter de começar a justificar tudo o que diz. E então vamos ver quantos portugueses se continuarão a rever neste radicalismo político.

4 de setembro de 2009

Quo Vadis?


"O maior atentado à liberdade de informação em Portugal depois do 25 de Abril", José Aguiar Branco a propósito do caso TVI.

Dá vontade de perguntar: onde estavas depois do 25 de Abril? Com o "amigo" Marcelo que depois se tornou incómodo?

Vale a pena ler o que o Rui Calafate escreveu hoje no OJE sobre a Política de Verdade.

Afinal quem anda a instrumentalizar o quê?


O episódio da TVI é um misto de comédia, tragédia, mas sobretudo um sinal de alerta sobre o verdadeiro estado de decadência da nossa democracia partidária. E refute-se o óbvio. Perigo não pelas alegadas interferências que o PS teria ou não feito para forçar uma decisão da administração da TVI. Perigo sim porque os partidos políticos se acham no intocável direito de interferir na esfera de decisão de uma empresa privada. A tal nível que Paulo Portas vem afirmar que os espanhóis estão a ameaçar a liberdade de informação dos portugueses. Mais que não seja, a afirmação é uma ofensa a todos os outros profissionais da comunicação social. Ou será que o Jornal da TVI era o única fonte de informação pluralista no nosso país?

Por outro lado, a três semanas das eleições percebe-se o desespero de quem tenta explorar estes episódios. Por coincidência também hoje vieram a público outras alegadas pressões.

Se tudo isto não passar de estratégia política por parte de algumas forças partidárias os portugueses ainda podem dormir descansados, embora preocupados com a falta de qualidade dos actores que não se conseguem afirmar pelas ideias. Se, pelo contrário, esta tentativa de ingerência na esfera privada é o móbil de algo mais profundo. então o perigo é real. Francisco Louça pensa assim mas pelo menos afirma-o publicamente, embora escondendo as suas verdadeiras intenções. Mas, pelo menos, do lado do Bloco já sabemos com o que podemos contar.

18 de agosto de 2009

A lógica do óbvio...que os assessores de Cavaco desconhecem


Este mais recente episódio de "suspeição de escutas" na Presidência da República levantado por uma fonte da Casa Civil do presidente em declarações ao Jornal Público, como resposta a uma acusação do Partido Socialista de haver envolvimento de assessores do Presidente na elaboração do programa do PSD é, no mínimo, bizarra e totalmente desprovida de qualquer sentido. Não é só contrariar a lógica do óbvio (sobre a qual aqui tenho escrito) como a "esclarecida fonte" acabou por reconhecer e validar a acusação que é feita.

O PS diz que andam assessores do Presidente envolvidos em trabalho partidário e a Presidência da República vem dizer que suspeita que existem custas na Presidência... é óbvia a leitura. Caso não houvesse envolvimento nunca teria passado pela cabeça dos assessores que poderia haver escutas...

Cavaco Silva tem um sério problema para resolver. Não o das escutas!

30 de julho de 2009

Raro sentido de oportunidade

A Justiça portuguesa já nos revelou este seu condão de possuir um raro sentido de oportunidade (...). Veja-se a decisão proferida hoje de que Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho vão (mesmo) a julgamento. Como se houvesse outra saída. Até os menos atentos percebem que a "justificação" para a queda do Executivo Municipal da CML tinha ser ser legitimada por esta decisão. O que seria se não houvesse julgamento? Tão morosa que é a Justiça em muitos casos, tão rápida noutros, tão pontual e certeira no tempo para outros.
Mas pode ser que esta seja também uma oportunidade única para que Carlos Miguel Fontão de Carvalho revele, em sede própria, o muito que conhece da "forma como foi conduzida esta investigação pelo MP, das suas contradições e dos desfechos imprevistos". Vamos ver quem vai cair na barra do Tribunal.

27 de julho de 2009

Santana 2 - Costa 0


Já tinha deixado aqui o aviso. O desnorte parece estar a atingir o PS de Lisboa. O vídeo de Costa a desmentir Santana foi um erro em duas frentes. Primeiro quis fazer uso da propaganda para combater algo que Pedro Santana Lopes usou inteligentemente, embora no mesmo sentido de passar mensagens políticas, em entrevistas e declarações ao media. Logo o palco de combate teria de ser nesses mesmos media (um palco de maior credibilidade) e não através do recurso a instrumentos básicos de propaganda. A ineficácia desta táctica estava à vista. Tanto estava que Santana reagiu no imediato a empurrar o adversário para a mesma armadilha. E este tão bem escorregou que foi à pressa corrigir o vídeo em vez de pura e simplemente o anular (ver Expresso).

Para os lisboetas a mensagem começa a ficar clara: que credibilidade merece uma candidatura que desmente as suas próprias afirmações? Que credibilidade merece uma candidatura que não faz a mínima ideia do que o seu candidato diz publicamente? É que a parte cortada no vídeo é a que desmente o que Santana Lopes diz que afinal tinha sido exactamente o mesmo que António Costa tinha dito em declarações à televisão.

24 de julho de 2009

Instrumentos da ineficácia


Ainda há coisas que nos surpreendem vindas de onde vêm. Ou talvez não. Deparei com um vídeo no Sapo onde alegadamente António Costa denuncia as mentiras de Santana Lopes. Não percebi nem o sentido, nem o propósito, mas se é um instrumento de comunicação política orientado dentro da sua campanha, a sua eficácia é próxima do nulo. O vídeo não é mais do que uma versão contrária daquilo a que se propõe denunciar: a alegada política de propaganda de Santana Lopes. Das duas uma: ou o nervosismo já fala mais alto do que a razão ou anda alguém a dar palpites sobre matérias cuja competência também é, por assim dizer, próxima do nulo.

Pedro Santana Lopes é um político por excelência e um homem inteligente. António Costa também. O Palco para a disputa eleitoral não deve ser este. A candidatura de António Costa que não se esqueça que os lisboetas exigem respeito. Uma falha nesta matéria pode ser fatal.

16 de julho de 2009

Marketing (A)Político


Nos tempos que correm, principalmente num ano com tantos actos eleitorais, o terreno é fértil para o advento do Marketing Político, disciplina tão amada por uns, tão odiada por outros, tão necessária para todos e tão incompreendida, que Portugal deve ser dos raros países onde esta disciplina ainda não ganhou o seu devido estatuto.

E é este último aspecto que mais me preocupa e não tanto o facto de muitos responsáveis políticos deste país virem afirmar a sua recusa em alguma vez adoptarem este tipo de apoio ou aconselhamento, com medo que tal possa diminuir (perante a opinião pública) a veracidade ou credibilidade das suas promessas e compromissos políticos e eleitorais.

Por isso mesmo a distinção impõe-se. Em Portugal, temos duas grandes linhas de intervenção a este nível:
Os que fazem marketing político e reduzem a sua actuação à política do rectângulo, onde acreditam que tudo se esgota em outdoors e slogans e os que fazem Marketing (A)Político, trabalhando esta disciplina em toda a sua equação de planeamento, desenvolvimento estratégico, concretização táctica e desenvolvimento de instrumentos de comunicação, neste caso de comunicação política.

O que distingue estes dois campos de actuação e os seus respectivos protagonistas. Os primeiros – talvez os que mais abundam – esgotam-se no atrás referido primeiro modelo de comunicação e ancoram muitos daqueles (leia-se políticos) cuja fragilidade de ideias precisa de ser mascarada numa comunicação redutora, assente em plástica de imagem e ideias de grande impacto propagandístico mas sem alicerce de fundamentação. É a política do rectângulo (leia-se outdoor) e do slogan.

Os outros, os que encaram a vertente do marketing político num universo mais lato e complexo de toda a sua actuação na esfera do Marketing e da Comunicação. A vertente política assume, sem dúvida alguma, uma especificidade própria, mas não se esgota em si mesma.

Estes trabalham na base de projectos políticos consistentes e contribuem, assim, não só para clarificar a acção política na sua forma mais simples e genuína de interacção entre o representante do Poder e o eleitor, como também para cimentar a reputação de uma disciplina que, mais não seja, sofre ainda de um complexo de culpa no nosso país. Mas esse complexo não está nos estrategas nem nos consultores, está nos próprios políticos.

E essa realidade é indisfarçável.


Crônicas da Frontline

3 de julho de 2009

De vergonha em vergonha...


Mais vergonhoso que o acto "solitário" do Ministro da Economia é a vergonha da disputa entre PCP e BE na reivindicação dos destinatários do referido acto, como forma de um ensaio de protagonismo sobre quem seria responsável pela sua demissão.
Afinal, talvez o próprio PM tenha razão quando situa a acção política à sua esquerda numa redutora luta de protagonismo para conquista eleitoral caracterizada por um confrangedor vazio de ideias e propostas.
Mas mais preocupante é quando, mesmo assim, essa mesma esquerda consegue alguma expressão eleitoral.

15 de junho de 2009

Derrubar Colunas


Na mais linear tradição maçónica quando uma “loja”, a sua estrutura base de agregação, se sente incapaz de continuar a desempenhar a sua função, os seus elementos mais não fazem do que “derrubar colunas”. É um acto simbólico, cujo devir reflectirá certamente um fim ou um novo princípio, um novo começar. É um acto simbólico quando se entende que derrubar colunas significa que os pilares básicos que sustentam um fundamento organizacional são incapazes de cumprir a sua função.
Não somos necessariamente todos maçons, mas se apreendermos a profundidade da sua analogia, também compreendemos que Portugal está cada vez mais perto do colapso. Não interessa se, na realidade, a nossa sociedade está ou não está a caminhar para a ruptura. Interessa sim a forma como percepcionamos o actual momento em que vivemos e como diria o povo: “à mulher de César não basta sê-lo, há que parecê-lo”.
É verdade que a actual dinâmica de uma sociedade conduzida pela voragem comunicacional nos leva a perder o controlo sobre o que verdadeiramente acontece versus aquilo que nos é comunicado como tendo acontecido. Mas, pese embora algum exagero de intoxicação que as televisões nos provoquem e mesmo até alguma distorção factual por força de interpretações que nos são induzidas, há realidades que são imutáveis.
Uma dessas realidades é o estado de verdadeiro colapso do aparelho da Justiça em Portugal. O Pilar, na acepção maçónica, ruiu completamente e o último golpe do pedreiro foi o caso Alexandra. Para os portugueses já não está em causa se há ou não igual acesso à Justiça, se há uma Justiça para ricos e outra para pobres ou se a Justiça é demasiado lenta no nosso país.
O que os portugueses finalmente perceberam com o caso Alexandra é que o aparelho da justiça foi invadido por uma massa amorfa, mal formada, mal preparada, que esconde todas estas deficiências e fragilidades numa aplicação estrita da norma jurídica, da lei, de um quadro normativo completamente desenquadrado da realidade.
Mas a falha não está só na complexidade da realidade jurídica em Portugal. É muito mais profunda. Está no indivíduo, na pessoa, no agente, naquele que exerce autoridade. Se o pilar da Justiça está a ruir é porque dois outros pilares fundamentais já colapsaram: o da Família e o da Educação.
A revolução das elites (das poucas que ainda restam neste país) já não será suficiente. Este terá de ser o tempo da revolução “dos homens bons”. Pela força da não resignação contra esta percepção generalizada de um País à beira da ruptura que se instalou em todos nós. E não basta um juiz vir dizer que se sente incomodado com o destino que ditou à pequena Alexandra para que todos nos sintamos aliviados e esperançados que este tenha apenas sido mais um episódio isolado e exageradamente explorado pela comunicação social.
Quantos lamentos ainda teremos de ouvir dos juízes em Portugal antes de percebermos que as coisas estão efectivamente mal?

Crônicas da Frontline

13 de junho de 2009

A Grande Lata


A Grande Lata. A ideia traz-me, no imediato, duas coisa distintas à memória. Uma é uma pequena loja de tintas (onde acho que o conceito foi bem aplicado) na Charneca da Caparica onde costumo comprar alguns materiais. São gente boa e honesta. Outra, mais recente, as declarações de João Rendeiro, ex-qualquer coisa no BPP para não dizer o responsável máximo pelo colapso da instituição, a vir criticar o plano apresentado pelo Governo.

Já não sei se é preciso ter lata, uma grande lata ou não ter vergonha. Mas o que prevalece para a maioria dos portugueses é o sentimento de impunidade com que este senhor continua arrogantemente a viver neste País. Não se trata de "ferir" a presunção de inocência, mas convenhamos que há limites para tudo.

15 de maio de 2009

GPP - Global Positioning Politics


Todos os dias as maravilhas da técnica, os gadjets, uma parfenália de tecnologias rouba parte do nosso quotidiano e intrusa-se na nossa vida. Se alguns devices, como é uso agora ouvir-se são, de facto, úteis, muita coisa existe que é pura demagogia utilitária ou altiva exacerbação do ego.
Uma discussão recente, sobre a qual li algumas posições em confronto, prende-se com o Child Locater, nada mais do que um vulgar GPS aplicado a crianças. Os argumentos que tenho lido, quer contra, quer a favor, da aplicação do conceito merecem-me alguma reflexão e sou obrigado a concordar que existe validade argumental de ambos os lados desta barricada. Sensato será, talvez, deixar prevalecer o livre arbítrio de cada pai, mãe, encarregado de educação, desde que possuam toda a necessária informação para que possam avaliar, em consciência, a opção a tomar.
Mas quando corria em pensamento esta problemática interroguei-me sobre a razão pela qual este tão propagado avanço tecno-civilizacional, se é que o termo existe, nunca nos brindou, por exemplo, com um GPP – Global Positioning Politics.
Na prática, nada mais do que um GPS desenhado sobre a filosofia de Child Locater, de uso obrigatório e que nos permitisse ter uma noção exacta, online e em tempo real, sobre o que os nossos políticos e outros agentes com relevância no curso da vida da Nação, andam a fazer.
Benefícios que resultavam no imediato da aplicação do sistema:
A responsabilidade política nominal (e não partidária na lógica da diluição das responsabilidades individuais) passava a ter um peso significativo na eleição;
O nível de corrupção baixava drasticamente;
O cidadão comum começava a perceber o que verdadeiramente está por detrás da “guerra de fachada” de que a Assembleia da República muitas vezes é palco;
E mais não preciso de dizer. Cada um encontrará inputs para validar esta opção.
Quanto às questões éticas e à protecção da, liberdade individual seria uma discussão a remeter para segundo plano, talvez até irrelevante porque ética neste País é hoje já coisa rara, quase dos manuais de história, valores de outrora que nortearam os nossos avós e ainda os nossos pais…
Ou então os políticos que tivessem autorização para desligar o GPP quando chegassem a casa. O que também muito contribuiria para o bem-estar moral da Nação.

Crônicas da Frontline

13 de maio de 2009

Os JCEP do JD

Para começar devo uma desculpa ao JD por só agora ter olhado com mais atenção para o seu projecto. A minha é mais uma opinião, válida ou não, ou outros decidirão. Mas, na realidade, afazeres profissionais têm-me afastado um pouco, não só do meu blog, mas também deste nossa área da Comunicação.
Quanto ao que interessa, acho que é do interesse de todos nós que este projecto vá À FRENTE. Para mim apenas uma questão sensível. Deve ser um projecto cimentado numa plataforma de pessoas, congregando, então sim, consultoras (não gosto do termo agências) empresas, universidades, etc.

Um abraço ao João Duarte

2 de maio de 2009

Perestroika adiada


Podia passar por mais um pequeno episódio isolado de "fervor político", mas não. Se há alguma ilação a tirar sobre o que se passou com Vital Moreira nas comemorações do 1º de Maio é que o Partido Comunista Português ainda não está preparado para viver em DEMOCRACIA. Aliás não deixa de ser irónico quando se assinalam os 35 anos do 25 de Abril, da suprema conquista da liberdade em Portugal e se percebe que a liberdade de escolha, de credo, não faz parte da doutrina comunista. Essa mesma liberdade que não é espelhada na representatividade da CGTP. Cada vezes é mais visível o controlo de desespero que o PCP tenta manter sobre a central sindical como ficou bem claro que Carvalho da Silva (na sua infeliz declaração culpando, mais uma vez a crise) é apenas uma "caixa de ressonância" desse mesmo partido político. Ninguém ganha com este tipo de episódios, mas há quem perca muito. E perdem sobretudo os milhares de trabalhadores que se julgam representados numa central sindical que pugne pela defesa dos seus interesses. Afinal, parece que outros valores de natureza político-partidária mais alto se levantam.

A grande conquista do 25 de Abril afinal não está realizada: a maturidade cultural de um povo que se reflicta na sua vivência política e o afastamento de práticas e pessoas que perfilham correntes de pensamento incompatíveis com essa mesma democracia. A ser assim é certo que a actual CGTP ficaria reduzida a uma expressão sem significado e o PCP não teria mais espaço para adiar a sua Perestroika.

12 de abril de 2009

Uma pérola da Comunicação Política


O meu querido amigo Carlos de Sousa - uma das pessoas que mais prezo pela sua vasta experiência nesta área da Comunicão - perguntava-me outro dia, quando me enviou esta pérola da comunicação política, que aqui reproduzo, se se trataria de "Torreirismo político ou demência"?

Convictamente as duas únicas certezas que tenho é que se este senhor ganhar o que quer que seja temos de rever muita da nossa doutrina em termos de comunicação política e temos de fazer um shutdown a algumas zonas de país. Como dizia o senhor meu Pai "A ignorância é mãe de todos os crimes" e o seguidismo de doutrina primário basedo no indivíduo sem a catalização da razão é comum nas sociedades de grande défice culural. Está tudo dito...

11 de março de 2009

Por um punhado de assessores...


“O meu grande problema enquanto ministro das Finanças foi não me ter rodeado de assessores de imprensa que pudessem valorizar o meu trabalho junto da opinião pública”.
Lapidar a afirmação e, ao mesmo tempo, tão actual. Só que, na realidade, foi proferida há 19 anos atrás, mais precisamente a 15 de Agosto de 1990, por Miguel Cadilhe em entrevista ao semanário Tempo.
Hoje, uma afirmação pública desta natureza feita por um político ou uma outra qualquer destacada figura da nossa sociedade seria um crime lesa Pátria.
Os detractores ergueriam as suas vozes clamando a infâmia daqueles que se rodeiam de agentes de Propaganda, como o fazem amiúde nos dias que correm contra assessores e agências de comunicação. Outros, muitos dos que pululam por esta área nobre, correriam a vender serviços formatados, fosse de assessoria, fosse de gestão da comunicação ou da reputação.
O óbvio resulta do facto da fronteira ética ser naturalmente ténue nesta área de prática, mas o mesmo poderíamos dizer, por exemplo, de muito do jornalismo que se pratica nos dias de hoje. Porquê? Porque a diferença continua a residir na dimensão do individual, mas, neste caso, com uma dupla face: atinge tanto os assessores (ou as agências) como os próprios assessorados (pessoas ou organizações). Por isso, a afirmação de Miguel Cadilhe é ainda mais lapidar quando define o trabalho do assessor como factor crítico para valorizar o seu trabalho junto da opinião pública. Porque esta correcta definição de papéis é fundamental no estruturar da dimensão ética na esfera da Comunicação. Ainda recentemente abordei o problema das relações funcionais entre os diversos agentes e protagonistas deste universo e um olhar mais atento e crítico no que respeita a instituições, responsáveis e consultores de comunicação pode revelar-nos um panorama desencorajador: salvo algumas excepções, todos interpretam papéis que não lhes estão destinados, corrompendo a essência da sua actuação, porque, na voragem actual de que tudo é comunicável, o nível mais básico da decisão em comunicação – o que se comunica e não como se comunica – foi deixado ao critério de quem não estava naturalmente preparado para gerir esses domínios. Pior ainda quando a fragmentação de Poder dentro das organizações estilhaça toda a política de comunicação se é que ela muitas vezes existe. E é aqui que muitas das agências e consultores caiem reféns porque preferem defender o negócio do que o rigor da sua actuação e sucumbem à clientocracia, arrastando a sua própria reputação – mas infelizmente também a do sector – numa espiral de consequências incontroláveis. Às vezes a expressão mais adequada parece ser “por um punhado de dólares…” para quem conhece o filme.

PS: Miguel Cadilhe ainda não encontrou os tão necessários assessores pelo que continuamos a ver…
Crônicas da Frontline

5 de março de 2009

África minha



Nestes últimos dias, os trágicos acontecimentos da Guiné-Bissau têm preenchido muito espaço informativo e merecido também as habituais análises de comentadores. E, neste domínio, mais uma vez nos deparamos com um panorama decepcionante. Uma excepção que sinalizo e recomendo que leiam. O post do José Paulo Fafe - O último guerrilheiro - que, em poucas linhas, traça um retrato fiel de mais um lamentável episódio da política africana.


Conheço bem a realidade africana, embora sejam trilhos que deixei de percorrer com tanta intensidade já lá vão uns 20 anos. Mas a paixão ficou. Tive o privilégio de cruzar o meu caminho com Homens como Sam Nujoma, Savimbi, Desmond Tutu, entre tantos outros, de todos os lados das barreiras, das crenças, das ideologias, dos regimes.


Pergunto onde andavam muitos destes doutos analistas de hoje?

20 de fevereiro de 2009

Os pecados comunicacionais da Justiça


Foi com redobrado interesse que acompanhei o debate na emissão de hoje do Expresso da Meia Noite, sobretudo no que respeita as relações da Justiça com a Comunicação Social e a total inabilidade que, quer o Ministério Público, quer muitas forças policiais, têm revelado neste domínio. Tudo isto vem agora muito a público sobretudo numa altura em que se assiste a uma tentativa de "mudança de atitude" principalmente por parte do Ministério Público. Essa mudança é fundamental e necessária, mas não da forma como parece estar a ser conduzida, induzindo uma tentativa de protagonismo mal ensaiada. Soa a falso.

Tenho escrito com regularidade sobre esta matéria aqui neste mesmo blogue e no OJE. Muito se fala no problema do segredo de justiça como um factor crítico neste universo de relações, mas esta é apenas uma questão lateral. O que é uma facto é que a total incapacidade e inabilidade das nossas estruturas judiciais e policiais lidarem com a comunicação social resulta de uma complexa questão cultural motivada pelo facto de nunca terem sentido essa necessidade. Porquê? Porque sempre exerceram um controlo "parental" sobre a Comunicação Social em que ditavam as regras do jogo e com isso criaram o clima de promiscuidade com que vivemos até hoje. E sejamos realistas: serviu a todos.

As coisas só começaram verdadeiramente a mudar com o Caso Maddie, quando muitas destas estruturas foram confrontadas com um sistema com o qual não sabiam lidar e com a verdadeira pressão de uma comunicação social (principalmente a britânica) que é incapaz de furar o segredo de justiça mas é implacável no seu exercício de procura de informação.

Aliás, registei com agrado a posição defendida por José Manel Fernandes de que sentia muito mais confortável a viver dentro do sistema britânico de relação da Justiça com a Comunicação Social.

Por tudo isto, algo continua profundamente errado neste país. Para além da Justiça, o mais recente caso em Portugal, o caso Freeport, vai certamente transformar num case study nesta matéria.

Não é só necessária uma profunda mudança cultural em muitos sectores ligados à Justiça em Portugal, mas também de que entreguem a quem sabe matéria que não é da sua estrita competência, como é o caso da Comunicação. Relembro aqui apenas um exemplo que também abordei neste blogue: que sirva de reflexão...

16 de fevereiro de 2009

The last man on the moon


Aproveitei o fim de mais um ano, no meu refúgio familiar e termal de S. Pedro do Sul, para repor algumas leituras em dia e colocar alguma ordem em todos os sine die que se vão acumulando ao longo dos meses quando dei de caras com o último homem que tinha estado na Lua.
Era um conjunto de notas soltas de uma das minhas conversas com o Comandante Gene Cernan, quando da sua passagem por Lisboa e com quem tive o privilégio de trabalhar e conviver. E à memória vieram-me muitas histórias daquele que foi, no dia 11 de Dezembro de 1972, o último homem até hoje a pisar a solo lunar no comando da missão Apollo 17.
Retive-me por momentos na carga simbólica do “The last man on the moon” (aliás título do livro de Gene Cerne que constitui um documento ímpar sobre a corrida espacial norte-americana) e de facto em algo que para nós, pelo menos na geração dos 40, nos parece tão próximo mas já está tão distante.
O que mudou no mundo desde a década de 70? Para bem dizer tudo, mas com que rumo? com que fim? Parece bizarro quando hoje dizemos: há mais de 30 anos o Homem conquistou a Lua; dai para a frente nunca mais fomos a lado nenhum, limitámo-nos a cirandar. O que ganhámos e o que perdemos se é que será alguma vez possível fazer um balanço do devir da humanidade? Não se trava o progresso, dirão todos aqueles que vivem em constante tormento com o pesadelo dos “velhos do Restelo”, mas, para mim, um dado é adquirido: perdemos, entre muitas outras coisas, um elo fundamental; perdemos o nosso próprio rumo. Mas com o rumo perdemos muito mais coisas, perdemos talvez uma das mais preciosas: deixámos de FALAR… e passámos a COMUNICAR. E é curioso como de repente passámos a ter tanta coisa para comunicar e uma necessidade tão imperiosa de o fazer. Nós, as empresas, as organizações, um sem número de agentes e actores e de tal modo que o tempo até escasseia perante esta “mórbida imposição” da aldeia global. Tempo esse que até escasseia viver, quanto mais para falar.
Como me dizia o meu pai, na altura dividido entre os rigores de militar atravessado por uma guerra colonial e os primeiros passos de arranque do projecto (politicamente controlado) de informação na RTP “se na II Guerra tivesse havido uma televisão nunca o holocausto nazi teria assumido a sua catastrófica dimensão”.
Hoje olhámos à nossa volta e interrogamo-nos sobre quantas dimensões catastróficas foram projectadas e potenciadas só porque existe televisão. Do Darfur ao conflito do Médio Oriente, para o bem ou para o mal! E será que fez alguma diferença? Afinal a imperiosa necessidade é Comunicar.
Que saudades que eu tenho da Lua.
Crônicas da Frontline

29 de janeiro de 2009

Danos Colaterais


Com as informações que começaram (finalmente) a vir a público esta noite, o caso Freeport ameaça tornar-se uma verdadeira bomba de fragmentação cujos danos colaterais, no plano político e ético, poderão ser incontroláveis. Algumas perguntas em aberto:


Como foi possível o respeitado Professor Freitas do Amaral sujeitar-se a uma prestação de mediocridade como a que assistimos no Dia D da SIC?


O que é feito da teoria da cabala (e dos seus autores) de que o caso Freeport teria sido todo inventado, teoria essa publicada, em Junho de 2005, na Revista Visão?


Porque nos surgiu ontem a Procuradora Cândida Almeida numa atitude de tanta candura que quase se tornou irreconhecível? Será que vão rolar cabeças na PGR?


Será que haverá forças políticas (Partidos?) que poderão ser arrastadas na investigação?


A acompanhar num País perto de si...

7 de janeiro de 2009

Pintaguy nas palavras de Calafate

Um aplauso ao Rui Calafate por nos ter trazido à memória um trabalho extraordinário desenvolvido por esse grande nome que é Pitanguy e que, na verdade, tivemos oportunidade de testemunhar. Um exemplo que seria muito fácil de seguir por tantos outros mas que, pelos vistos e como bem refere o Rui, só está ao alcance da nobreza de carácter.

6 de janeiro de 2009

Um Portugal minúsculo


A entrevista do Primeiro-ministro à SIC foi um desalento. O essencial ficou por explicar. Mesmo a poderosa máquina comunicacional de Sócrates carburou mal. Ficaram demasiadas coisas por perceber (como o caso do OE) e sentiu-se o pouco à vontade do PM. Mas pior que Sócrates só mesmo a Oposição. É que já não é um problema de Comunicação. É um total deserto de ideias e de protagonistas.

Disposto a TUDO...




Se há passagem inequívoca na entrevista do Primeiro-ministro à SIC foi a de que estava disposto a tudo para ter o "seu calendário eleitoral". Eleições legislativas em conjunto com as europeias no mês de Junho seria o ideal.


Curioso que quando Santana Lopes avançou com este cenário todos consideraram a ideia absurda, até louca. Mais curioso é que, até agora, ainda ninguém falou no assunto. Onde andam os analistas, os comentadores, os jornalistas?

BE AWARE


The dog is back!