28 de outubro de 2010

Para bom entendedor...

Comunicação e Política continuam a viver num pântano e custa-me a crer que ninguém perceba que são os profissionais da área que mais atingidos são na sua reputação. Vem isto a propósito de uma notícia do Jornal de Negócios sobre as ligações, entre outras, da F5C ao actual Governo. Não digo, nem discuto se elas existem ou não. Digo apenas que provavelmente a citada consultora tem trabalhado tanto para o PS como para o PSD. Aliás, coincidências aceita-as quem quer. No entanto, não deixa de ser curioso que estas notícias sejam veiculadas numa altura em que consta que a cúpula máxima do PSD se tem aconselhado em matérias sensíveis de marketing e comunicação política com consultor(es) da F5C. Será isto uma reacção corporativista ou haverá por ai gente que já se julgava de volta ao poleiro pelas mesmas razões que faz sentir nos outros? Principalmente depois de conhecidas as sondagens mais recentes (que, aliás se diga, o PSD revelou alguma falta de sentido de oportunidade "em ter deixado cair"). Já agora, aos ávidos de informação, fica uma pista: porque não olham para as recentes mexidas na informação da RTP, nomeadamente no Canal 2, que, por acaso, até é uma estação pública.

22 de outubro de 2010

Brilhante...e está tudo dito

Episódio Adriano Duarte Rodrigues encerrado. Como refere o meu caro Professor, Mestre e amigo António Marques Mendes neste seu post. Brilhante.

Inacreditável...

O que se está a passar com o Senhor  Adriano Duarte Rodrigues é, no mínimo, inacreditável. Ao tentar justificar o seu injustificável comportamento e considerações que fez sobre as Relações Públicas nas provas de agregação do Prof. Nuno Brandão, vem agora (para além de se tentar vitimizar) afirmar que as Relações  Públicas são afinal "cursos de Formação Profissional,  de boas maneiras para habilitar profissionais a trabalhar em empresas".
As declarações estão no Meios e Publicidade de hoje.

Neste momento exige-se à Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa que tome uma posição. Já não é uma caso de incontinência, como afirmou José Nuno Martins no seu artigo no Diário de Notícias, é um caso de demência e falta de respeito por instituições, profissionais e estudantes.

21 de outubro de 2010

Relações Solidárias

Ontem, deixei aqui uma nota sobre o pedido da Carolina Enes no que respeita à investigação que está a desenvolver no âmbito do Mestrado em Relações Públicas. Hoje, registei com agrado a adesão que o seu pedido teve na blogosfera.
Afinal, as Relações não são só Publicas, são Solidárias. Um exemplo a reter.

20 de outubro de 2010

Projecto de Investigação na área das RP

A Carolina Enes está a desenvolver um projecto de investigação no âmbito do Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas (Escola Superior de Comunicação Social) e cujo principal objectivo é o de estudar a percepção que jornalistas e RP's têm da sua própria profissão e da profissão do outro.

O objectivo é recolher informação por parte dos profissionais da área da comunicação e jornalismo.
Fica aqui o link para o questionário:

https://www.survs.com/survey/2ZTUCAVHTJ

19 de outubro de 2010

Para os mais desatentos

O lamentável episódio protagonizado pelo Senhor Adriano Duarte Rodrigues nas provas de agregação do Prof. Nuno Brandão levou, entre muitas, a uma reacção pública da SOPCOM, a Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação. O essencial está dito, mas é importante reter um parágrafo do referido comunicado: Sem dúvida que o professor Adriano Duarte Rodrigues teve um papel importante na constituição das Ciências da Comunicação em Portugal. No entanto, há mais de uma década que, por actos continuados e semelhantes àquele que ora repudiamos, a comunidade académica portuguesa de Ciências da Comunicação tem suportado esta indignidade de cevar os seus caprichos e ajustes de contas.
Portugal ainda é um País de Corporações que vivem impunes, instaladas no Poder e ditam as suas próprias regras em defesa de interesses que servem apenas um conjunto limitado de indivíduos. Até no Ensino Superior assim é. Esta é a ameaça real à Democracia.

Apenas mais uma palavra para o blogue do Prof. Rogério Santos que também deu eco a muitas tomadas de posição sobre este assunto.

18 de outubro de 2010

O Engodo


Finalmente…o grande engodo comunicacional que Portugal vive há mais de uma década está prestes a rebentar. A bolha vai estilhaçar tudo e todos mas os principais culpados são todos os portugueses, todos nós. A Democracia plena constrói-se na participação, não na informação ou na comunicação. Mais acesso, mais informação, mais liberdade de expressão, não significa melhor informação, mas, via da regra, mais espaço para manipulação. O espectáculo, o mediatismo, o aqui a agora, destroem o espaço público, destroem a capacidade de mediação, de o indivíduo racionalizar e exploram a sua vulnerabilidade. A “verdade dos media” é a verdade tout court. A política já não vive fora do mediatismo, até porque esse era incortornável, (mas não insubstituível). Os políticos não conhecem os eleitores, os eleitores não sabem quem são os políticos. Apreendem apenas a realidade do grande ecrã e o filtro não é necessariamente isento. Da política espectáculo já estamos muito próximo do espectáculo da política. Tudo se constrói em torno do espaço mediático, do palco, como se de um live show se tratasse. E assim, em questões menores, discussões estéreis, chantagens diplomáticas, proliferação de análises e analistas que tentam interpretar o que os políticos dizem – pois estes já não falam no espaço comum em que os cidadãos os possam compreender – se vão escondendo as realidades ou melhor se têm vindo a esconder as realidades deste país, o seu atraso estrutural, a incapacidade ou não vontade de controlar o “monstro Estado no seu voraz apetite tão necessário para o clientismo político”. Porque Portugal é um doente endémico. Não foi esta crise que colocou o País em coma, mas sim o estado debilitado da Nação que COMUNICACIONALMENTE aparentava uma saúde de ferro.
Em entrevista recente à TSF, Medina Carreira não pôs o dedo na ferida, antes enfiou o braço até ao ombro como se do parto de uma bezerra se tratasse: «o primeiro-ministro não tem estratégia nenhuma senão andar a fazer espectáculo e ir conciliando as circunstâncias para ver se vai durando». Mas não é só o primeiro-ministro. São os políticos, são os socialistas, são as máquinas de assessores, consultores, analistas e agências de comunicação que gravitam à volta do sistema. Não significa isto que, nesta panóplia imensa, não exista gente séria e preocupada. Só que a teia foi bem urdida e rompê-la não é uma tarefa fácil.
Pode ser que muitos outros Medinas Carreira consigam finalmente romper o engodo comunicacional em que temos vivido há mais de uma década.
É que agora já não é tempo de falar, é tempo de agir.
Crônicas da Frontline

Uma questão em aberto

Ainda no rescaldo do triste episódio de Adriano Duarte Rodrigues e as RP fica uma questão em aberto: como vai a Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa resolver o problema das provas de agregação do Prof. Nuno Brandão que foi alvo de uma "execução sumária"? Mais ainda sabendo agora que o presidente do júri não era qualificado para o efeito. Que interesses, objectivos ou vinganças se moveram por detrás?

14 de outubro de 2010

Dignificação II

Opinião sábia e sensata publicada no mural do Prof. Pedro Pais de Vasconcelos que tomo a liberdade de reproduzir:

Como Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade (Clássica) de Lisboa, manifesto público repúdio pelo que se passou na prova de agregação do Prof. Brandão. A Universidade Técnica de Lisboa viveu um dia negro e tem de se cuidar seriamente que quiser ser respeitada como Universidade, para além de uma amálgama de Institutos, que verdadeiramente mais parece ser.

Uma opinião que muito dignifica as RP

Foi gratificante o comentário que o Alexandre Cordeiro fez no meu post sobre esta inaceitável situação que nos atinge a todos enquanto profissionais das RP, professores da área, estudantes, associações, agências.
Não é só uma opinião abonatória, é uma tomada de posição, mais vinda de quem vem, que nos dignifica a todos.
Tomo a liberdade de o reproduzir para que não escape aos olhos de ninguém:


"Inenarrável" como diria o meu bom amigo Vicente Jorge Silva! Sugiro ao Nuno Goulart Brandão que se candidate e preste provas noutra Universidade... embora o ISCP não tenha "culpa" (imediata e directa) das diarreias de um dos seus profs......É assunto do foro profissional a tratar em Portugal pela APCE a quem desde já sugiro uma investigação apertada aos precisos termos do sucedido. Depois, com base nessas conclusões objectivas, poderei levar eu próprio o assunto ao terreno da IPRA.
É simplesmente lamentável que isto ocorra num acto público, numa escola pública, e que ninguém, nem colegas de júri nem a Direcção da escola e/ou a Reitoria pelo menos se pronuncie sobre a matéria. Será que, também neste caso, quem cala consente?

Alexandre Cordeiro

14 de Outubro de 2010

Prostituição Académica II

Aqui fica o link para o artigo do José Nuno Martins
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1685179

Prostituição Académica

O que se passou nas provas de agregação do prof. Nuno Brandão e que José Nuno Martins dá hoje eco num artigo publicado no DN é de uma gravidade sem precedentes. Primeiro, porque a própria Universidade Técnica de Lisboa, ao legitimar este tipo de actuação, põe em causa todo um corpo científico de saber e todos os profissionais da área da comunicação e Relações Públicas, organismos, agências, estudantes, etc., etc. Segundo, porque ameaça toda a Cátedra Portuguesa. Se todos os professores catedráticos deste país não reagirem publicamente contra o que este senhor fez, significa isso que legitimam este tipo de actuação e conferem a si próprios um rótulo de descrédito, corporativismo e insanidade a que sujeitam todos os estudantes e professores universitários do ensino superior em Portugal.
Como refere José Nuno Martins, o que o senhor Adriano Duarte Rodrigues fez foi, para além de revelar e assumir desconhecimento sobre as matérias que estavam ser arguidas (estranho como o presidente do júri revela esta insconsistência), acabar por tecer considerações sobre considerações, comparando as Relações Públicas a expressões referidas às mulheres da vida pública e se não diriam respeito, isso sim, "às relações usuais em casas de passe".