Quando Pedro Passos Coelho conquistou a liderança do PSD assaltou-me à memória uma imagem curiosa, ambígua, mas carregada de significado: de um Jack Nicholson a jogar basquetebol no pátio de um hospício.
Obra-prima de Milos Forman, o filme retrata a estranha história de um jovem delinquente que para escapar à pena de trabalhos forçados a que foi condenado resolve fazer-se passar por doente mental. Mas quando chega à instituição psiquiátrica que o vai acolher o choque é profundo e quando se começa a confrontar com os abusos físicos e psicológicos encabeça uma revolta com os doentes rebelando-os contra toda a violência a que eram sujeitos.
Assim está Passos Coelho para o actual aparelho social-democrata. Um “estranho” para o actual status quo e que rapidamente vai ter de afrontar poderes instituídos e rebelar o Partido para então ter tempo para olhar para Portugal. Para já o Partido parece estar a ganhar e acredito que só a pressão tentacular de que Passos Coelho ainda é refém explique a sua entrada de pé esquerdo e alguns momentos infelizes que já protagonizou na sua nova qualidade de líder, principalmente quando se trata de comunicar. O erro é fatídico e o novo líder parece, para já, alinhado no diapasão medíocre da comunicação política em Portugal: falar entre pares e esquecer que quem tem de ouvir são os portugueses.
Passos Coelho tem de fugir à lobotomia que o partido e também os seus opositores políticos lhe vão querer impor, cada um à sua maneira como a calculista enfermeira Milred Ratched fazia aos seus doentes. Mas, por outro lado, Passos Coelho, assim como Randle P. McMurphy, o personagem de Jack Nicholson, leva um trunfo de avanço que se traduz na sua (acreditemos) capacidade de destabilizar, sem que ninguém consiga antecipar as suas jogadas assim elas fujam ao normativo de acção política de todos aqueles que se arrastam pelos corredores e becos do Poder. Mesmo aqueles que há menos tempo (aparentemente) andam nesta andanças, a exemplo dos bloquistas, já lhe ganharam o vício. Bom sinal foi as estranhas reacções e naturalmente pouco enérgicas reacções às escolhas que o líder fez para os seus pares mais próximos, principalmente a vinda dos académicos puros e duros para a esfera da política activa. Porque de políticos sem provas dadas está o País cheio deles.
Passos Coelho tem o destino nas suas mãos: ou ganha a revolta e logo o País ou rapidamente vai perceber a analogia do voando sobre um ninho de cucos de que “descansar num hospital de doentes mentais só pode ser coisa de loucos”.
Obra-prima de Milos Forman, o filme retrata a estranha história de um jovem delinquente que para escapar à pena de trabalhos forçados a que foi condenado resolve fazer-se passar por doente mental. Mas quando chega à instituição psiquiátrica que o vai acolher o choque é profundo e quando se começa a confrontar com os abusos físicos e psicológicos encabeça uma revolta com os doentes rebelando-os contra toda a violência a que eram sujeitos.
Assim está Passos Coelho para o actual aparelho social-democrata. Um “estranho” para o actual status quo e que rapidamente vai ter de afrontar poderes instituídos e rebelar o Partido para então ter tempo para olhar para Portugal. Para já o Partido parece estar a ganhar e acredito que só a pressão tentacular de que Passos Coelho ainda é refém explique a sua entrada de pé esquerdo e alguns momentos infelizes que já protagonizou na sua nova qualidade de líder, principalmente quando se trata de comunicar. O erro é fatídico e o novo líder parece, para já, alinhado no diapasão medíocre da comunicação política em Portugal: falar entre pares e esquecer que quem tem de ouvir são os portugueses.
Passos Coelho tem de fugir à lobotomia que o partido e também os seus opositores políticos lhe vão querer impor, cada um à sua maneira como a calculista enfermeira Milred Ratched fazia aos seus doentes. Mas, por outro lado, Passos Coelho, assim como Randle P. McMurphy, o personagem de Jack Nicholson, leva um trunfo de avanço que se traduz na sua (acreditemos) capacidade de destabilizar, sem que ninguém consiga antecipar as suas jogadas assim elas fujam ao normativo de acção política de todos aqueles que se arrastam pelos corredores e becos do Poder. Mesmo aqueles que há menos tempo (aparentemente) andam nesta andanças, a exemplo dos bloquistas, já lhe ganharam o vício. Bom sinal foi as estranhas reacções e naturalmente pouco enérgicas reacções às escolhas que o líder fez para os seus pares mais próximos, principalmente a vinda dos académicos puros e duros para a esfera da política activa. Porque de políticos sem provas dadas está o País cheio deles.
Passos Coelho tem o destino nas suas mãos: ou ganha a revolta e logo o País ou rapidamente vai perceber a analogia do voando sobre um ninho de cucos de que “descansar num hospital de doentes mentais só pode ser coisa de loucos”.
Crônicas da Frontline
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