22 de março de 2011

Bruxelas recua e deixa PEC em aberto

Ao contrário do que se possa pensar parece haver algumas cabeças esclarecidas em Bruxelas. Este recuo não é  para dar folga a Sócrates. É sim abrir a porta para a entrada de um novo Governo em Portugal, com legitimidade política e social.
Este precedente abre também um horizonte de preocupação para a Alemanha que, cada vez mais, vai ver a sua posição contestada, a começar no seio da própria União Europeia.
É interessante constatar que esta declaração é feita por Amadeu Altafaj, o porta voz do comissário Olli Rehn, que ontem tinha concordado com o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, ao "não ver qualquer razão que pudesse fazer com que mudássemos o programa" português, conforme vem reproduzido na imprensa, nomeadamente no Económico.

18 de março de 2011

O Discurso (do Rei) que o PSD não tem

As últimas semanas têm sido pródigas no Jogo e na Comunicação Política. PS e PSD têm-se esgrimido no espaço mediático de uma forma abrupta e muitas vezes (mais os socialistas) de uma forma inconsequente. Mas esqueçamos a substância e olhemos para com algum cuidado para a forma, para quem são os interlocutores válidos, principalmente do lado do PSD, à luz da eficácia da Comunicação. Para quem já viu o Discurso do Rei o mote está dado e o que o PSD de hoje reflecte é uma total ausência estratégica de enquadramento de Media Training.
Se retiramos Passos Coelho deste "bolo" - um líder que tem revelado um amadurecimento político e uma capacidade mediática que poucos seriam capazes de lhe reconhecer alguns meses atrás, mas que construiu por mérito próprio - os dois principais pivots mediáticos do PSD têm-se revelado confrangedores neste domínio. Menos Miguel Relvas, com uma prestação sofrível , mais Miguel Macedo, com uma prestação má ou mesmo muito má.
Na realidade, quando um Partido Político (ou mesmo uma organização) esgota o seu Media Training na contratação de um jornalista de televisão, os resultados estão à vista. A generalidade das organizações ainda não assimilaram que Media Training é muito mais do que um simples conjunto de técnicas dirigidas ao pequeno ecran. Aliás, o peso deste factor até é muitas vezes desprezível em relação a outros. Outro erro comum é também quando se deixa a avaliação dessa mesma avaliação ao critério destes mesmos jornalistas televisivos, cuja missão deve ser desempenhar um papel técnico focalizado.
O PSD revela actualmente esta fragilidade. O resultado está à vista. Se não fosse Pedro Passos Coelho seria mesmo desastroso.

10 de março de 2011

Finalmente... um Presidente


Sobre Cavaco II está tudo dito. Finalmente temos um presidente. Aliás, Pedro Santos Guerreiro deixa no Jornal de Negócios uma notável leitura sobre esta matéria no seu texto "Cavaco e uma emoção de censura".

Mas há uma passagem do discurso de posse do Presidente que assume uma relevância extraordinária quando afirma que "muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático".
Esta verdade escondida não se aplica apenas aos políticos e será talvez o maior flagelo que as nossa sociedades vão enfrentar no século XXI. Recordo aqui apenas um dos textos em que me debrucei sobre o assunto, o Engodo.

Curioso também o registo (Comunicacional) de pânico mal ensaiado do Partido Socialista: Francisco Assis, Capoulas Santos, Ana Gomes, Carlos César.

Curiosa também a cobertura mediática da imprensa espanhola a ensaiar um registo (igualmente Comunicacional) de pânico com o que aconteceu em Portugal. Prova que também a fórmula Zapatero está esgotada.



4 de março de 2011

Jornal Público - Uma decisão de louvar

Li hoje no Público que a partir de amanhã, 5 de Março, dia em que o jornal celebra o seu 21.º aniversário, todos os comentários dos leitores do Público Online vão passar a ser lidos antes de serem publicados.
UMA DECISÃO DE LOUVAR.
Já em Stembro de 2009 escrevi sobre esta matéria na Revista Frontline e num post aqui no blog:
"Vem isto a propósito de, dada vez mais, me confrontar com um sentimento de estupefacção ao ler os comentários que são produzidos e colados em rodapé nas notícias que correm nos vários media online, com destaque para o Sapo e o Público, que são duas das minhas visitas obrigatórias.
Aliás, confesso que ainda gostava de conhecer quem teve esta infeliz ideia de “inventar” tal sistema, talvez convencido que seria um contributo significativo para uma almejada democracia (mais) participativa ou para uma menor “asfixia democrática” como hoje é uso dizer-se. Tremendo erro".

Espero agora que os outros tenham a coragem de decidir neste sentido.