As últimas semanas têm sido pródigas no Jogo e na Comunicação Política. PS e PSD têm-se esgrimido no espaço mediático de uma forma abrupta e muitas vezes (mais os socialistas) de uma forma inconsequente. Mas esqueçamos a substância e olhemos para com algum cuidado para a forma, para quem são os interlocutores válidos, principalmente do lado do PSD, à luz da eficácia da Comunicação. Para quem já viu o Discurso do Rei o mote está dado e o que o PSD de hoje reflecte é uma total ausência estratégica de enquadramento de Media Training.
Se retiramos Passos Coelho deste "bolo" - um líder que tem revelado um amadurecimento político e uma capacidade mediática que poucos seriam capazes de lhe reconhecer alguns meses atrás, mas que construiu por mérito próprio - os dois principais pivots mediáticos do PSD têm-se revelado confrangedores neste domínio. Menos Miguel Relvas, com uma prestação sofrível , mais Miguel Macedo, com uma prestação má ou mesmo muito má.
Na realidade, quando um Partido Político (ou mesmo uma organização) esgota o seu Media Training na contratação de um jornalista de televisão, os resultados estão à vista. A generalidade das organizações ainda não assimilaram que Media Training é muito mais do que um simples conjunto de técnicas dirigidas ao pequeno ecran. Aliás, o peso deste factor até é muitas vezes desprezível em relação a outros. Outro erro comum é também quando se deixa a avaliação dessa mesma avaliação ao critério destes mesmos jornalistas televisivos, cuja missão deve ser desempenhar um papel técnico focalizado.
O PSD revela actualmente esta fragilidade. O resultado está à vista. Se não fosse Pedro Passos Coelho seria mesmo desastroso.