2 de maio de 2009

Perestroika adiada


Podia passar por mais um pequeno episódio isolado de "fervor político", mas não. Se há alguma ilação a tirar sobre o que se passou com Vital Moreira nas comemorações do 1º de Maio é que o Partido Comunista Português ainda não está preparado para viver em DEMOCRACIA. Aliás não deixa de ser irónico quando se assinalam os 35 anos do 25 de Abril, da suprema conquista da liberdade em Portugal e se percebe que a liberdade de escolha, de credo, não faz parte da doutrina comunista. Essa mesma liberdade que não é espelhada na representatividade da CGTP. Cada vezes é mais visível o controlo de desespero que o PCP tenta manter sobre a central sindical como ficou bem claro que Carvalho da Silva (na sua infeliz declaração culpando, mais uma vez a crise) é apenas uma "caixa de ressonância" desse mesmo partido político. Ninguém ganha com este tipo de episódios, mas há quem perca muito. E perdem sobretudo os milhares de trabalhadores que se julgam representados numa central sindical que pugne pela defesa dos seus interesses. Afinal, parece que outros valores de natureza político-partidária mais alto se levantam.

A grande conquista do 25 de Abril afinal não está realizada: a maturidade cultural de um povo que se reflicta na sua vivência política e o afastamento de práticas e pessoas que perfilham correntes de pensamento incompatíveis com essa mesma democracia. A ser assim é certo que a actual CGTP ficaria reduzida a uma expressão sem significado e o PCP não teria mais espaço para adiar a sua Perestroika.

1 comentário:

Gonçalo Couceiro Feio disse...

A maturidade do povo não está nem tão cedo estará conquistada. Não convém que tal propósito seja atingido. Aliás, julgo que estamos bem assim: futebol e telenovelas, como esta das galhetas ao «socialista free-lancer». A malta gosta é disto, qual participação cívica, quais interesses de classe...novelas, venham elas.
Abraço
GCF