15 de maio de 2009

GPP - Global Positioning Politics


Todos os dias as maravilhas da técnica, os gadjets, uma parfenália de tecnologias rouba parte do nosso quotidiano e intrusa-se na nossa vida. Se alguns devices, como é uso agora ouvir-se são, de facto, úteis, muita coisa existe que é pura demagogia utilitária ou altiva exacerbação do ego.
Uma discussão recente, sobre a qual li algumas posições em confronto, prende-se com o Child Locater, nada mais do que um vulgar GPS aplicado a crianças. Os argumentos que tenho lido, quer contra, quer a favor, da aplicação do conceito merecem-me alguma reflexão e sou obrigado a concordar que existe validade argumental de ambos os lados desta barricada. Sensato será, talvez, deixar prevalecer o livre arbítrio de cada pai, mãe, encarregado de educação, desde que possuam toda a necessária informação para que possam avaliar, em consciência, a opção a tomar.
Mas quando corria em pensamento esta problemática interroguei-me sobre a razão pela qual este tão propagado avanço tecno-civilizacional, se é que o termo existe, nunca nos brindou, por exemplo, com um GPP – Global Positioning Politics.
Na prática, nada mais do que um GPS desenhado sobre a filosofia de Child Locater, de uso obrigatório e que nos permitisse ter uma noção exacta, online e em tempo real, sobre o que os nossos políticos e outros agentes com relevância no curso da vida da Nação, andam a fazer.
Benefícios que resultavam no imediato da aplicação do sistema:
A responsabilidade política nominal (e não partidária na lógica da diluição das responsabilidades individuais) passava a ter um peso significativo na eleição;
O nível de corrupção baixava drasticamente;
O cidadão comum começava a perceber o que verdadeiramente está por detrás da “guerra de fachada” de que a Assembleia da República muitas vezes é palco;
E mais não preciso de dizer. Cada um encontrará inputs para validar esta opção.
Quanto às questões éticas e à protecção da, liberdade individual seria uma discussão a remeter para segundo plano, talvez até irrelevante porque ética neste País é hoje já coisa rara, quase dos manuais de história, valores de outrora que nortearam os nossos avós e ainda os nossos pais…
Ou então os políticos que tivessem autorização para desligar o GPP quando chegassem a casa. O que também muito contribuiria para o bem-estar moral da Nação.

Crônicas da Frontline

13 de maio de 2009

Os JCEP do JD

Para começar devo uma desculpa ao JD por só agora ter olhado com mais atenção para o seu projecto. A minha é mais uma opinião, válida ou não, ou outros decidirão. Mas, na realidade, afazeres profissionais têm-me afastado um pouco, não só do meu blog, mas também deste nossa área da Comunicação.
Quanto ao que interessa, acho que é do interesse de todos nós que este projecto vá À FRENTE. Para mim apenas uma questão sensível. Deve ser um projecto cimentado numa plataforma de pessoas, congregando, então sim, consultoras (não gosto do termo agências) empresas, universidades, etc.

Um abraço ao João Duarte

2 de maio de 2009

Perestroika adiada


Podia passar por mais um pequeno episódio isolado de "fervor político", mas não. Se há alguma ilação a tirar sobre o que se passou com Vital Moreira nas comemorações do 1º de Maio é que o Partido Comunista Português ainda não está preparado para viver em DEMOCRACIA. Aliás não deixa de ser irónico quando se assinalam os 35 anos do 25 de Abril, da suprema conquista da liberdade em Portugal e se percebe que a liberdade de escolha, de credo, não faz parte da doutrina comunista. Essa mesma liberdade que não é espelhada na representatividade da CGTP. Cada vezes é mais visível o controlo de desespero que o PCP tenta manter sobre a central sindical como ficou bem claro que Carvalho da Silva (na sua infeliz declaração culpando, mais uma vez a crise) é apenas uma "caixa de ressonância" desse mesmo partido político. Ninguém ganha com este tipo de episódios, mas há quem perca muito. E perdem sobretudo os milhares de trabalhadores que se julgam representados numa central sindical que pugne pela defesa dos seus interesses. Afinal, parece que outros valores de natureza político-partidária mais alto se levantam.

A grande conquista do 25 de Abril afinal não está realizada: a maturidade cultural de um povo que se reflicta na sua vivência política e o afastamento de práticas e pessoas que perfilham correntes de pensamento incompatíveis com essa mesma democracia. A ser assim é certo que a actual CGTP ficaria reduzida a uma expressão sem significado e o PCP não teria mais espaço para adiar a sua Perestroika.