Ainda recentemente abordei numa crônica no Oje, e que aqui reproduzi, a problemática da relação do mercado dos serviços jurídicos em Portugal com a esfera da comunicação ou, mais genericamente, o enquadramento do marketing legal no nosso país. E escrevi com alguma inquietação e preocupação sobre a alegada voragem comunicacional que se instalou neste sector, em particular nas sociedades de advogados, sobretudo dominada por uma luta de visibilidade. Ainda esta semana, acompanhando o que se vai publicando (nos poucos suportes de media que assim compreensivelmente existem) fui confrontado com o mesmo panorâma desolador. Aliás, vejo até agora sugerirem critérios diferenciadores entre algumas sociedades como a área de escritórios (em m2) que ocupam.
A questão básica a que começo, cada vez mais, a ter dificuldade em responder, é que sentido existe na Comunicação das sociedades de advogados, regra geral, no nossso mercado. Comunicam para quem? Para quê? Com que objectivo?
Queixam-se que o panorama de media na área jurídica é restricto? Será que é difícil compreender que maturidade comunicacional do sector jurídico é fundamental para o seu crescimento editorial neste domínio. Há excepções, felizmente...mas ainda sem força para romperem este estado de letargia animado apenas por pressupostos de afirmação egoísta e sem a preocupação de produzirem informação consistente, objectiva, útil, que consolide a gestação reputacional dos seus autores, quer sejam advogados, sociedades de advogados ou outros players neste abrangente universo.
E quando comparamos Portugal com outros mercados do ponto de vista do marketing legal então é que compreendemos a verdadeira extensão deste atraso estrutural (ou talvez lhe deva chamar Comunicacional).
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