Interessante, sem dúvida, o alerta deixado pelo Rodrigo Saraiva, remetendo para um texto de Rui Cádima intitulado “O perfil dos jornalistas e a claustrofobia reinante”. Conheço bem Francisco Rui Cádima. Foi meu professor na Universidade Nova e é reconhecidamente um dos grandes especialistas em matéria de Televisão.
Mas quanto a este seu texto não podia estar mais em desacordo. Aceito muitas das ideias expressas no seu enquadramento, mas a análise acaba por reduzir tudo a um mínimo denominador comum: a alegada promiscuidade entre protagonistas, nomeadamente Jornalistas / Assessores. E esta alegada promiscuidade, senso lato, quanto muito é apenas um pequeno arranhão em todo este problema, muito menos um dedo na ferida. Mesmos os exemplos citados são maus vindos de quem vêm: Carrilho e Pacheco Pereira.
Há questões estruturais que explicam as intrincadas teias de relacionamento entre os Media e Grupos de Interesse, em Portugal, sejam políticos, económicos ou de qualquer outra natureza. E algumas explicações podem até ser encontradas através de uma análise muito interessante que Luís Paixão Martins fez, pese embora noutro sentido, ao focar a questão do não endosso a candidatos políticos por parte dos jornais portugueses. Mas a esta voltarei mais tarde.
Porque, para além das razões estruturais, existe uma outra que é fundamental, mas do domínio do plano individual: trata-se da ética. E estou à vontade para falar deste tema porque já ocupei os dois lados da barreira. Nunca senti constrangimentos, pautado naturalmente pela observância de estritas regras de conduta ética e deontológica em qualquer dos meus exercícios profissionais. Mas pergunto, a título de exemplo, com base nesse mesmo raciocínio primário: então um jornalista não pode ter amigos na política? Não pode ter familiares? Ou é só o facto de ter sido assessor que o torna um elemento promíscuo?
Mas quanto a este seu texto não podia estar mais em desacordo. Aceito muitas das ideias expressas no seu enquadramento, mas a análise acaba por reduzir tudo a um mínimo denominador comum: a alegada promiscuidade entre protagonistas, nomeadamente Jornalistas / Assessores. E esta alegada promiscuidade, senso lato, quanto muito é apenas um pequeno arranhão em todo este problema, muito menos um dedo na ferida. Mesmos os exemplos citados são maus vindos de quem vêm: Carrilho e Pacheco Pereira.
Há questões estruturais que explicam as intrincadas teias de relacionamento entre os Media e Grupos de Interesse, em Portugal, sejam políticos, económicos ou de qualquer outra natureza. E algumas explicações podem até ser encontradas através de uma análise muito interessante que Luís Paixão Martins fez, pese embora noutro sentido, ao focar a questão do não endosso a candidatos políticos por parte dos jornais portugueses. Mas a esta voltarei mais tarde.
Porque, para além das razões estruturais, existe uma outra que é fundamental, mas do domínio do plano individual: trata-se da ética. E estou à vontade para falar deste tema porque já ocupei os dois lados da barreira. Nunca senti constrangimentos, pautado naturalmente pela observância de estritas regras de conduta ética e deontológica em qualquer dos meus exercícios profissionais. Mas pergunto, a título de exemplo, com base nesse mesmo raciocínio primário: então um jornalista não pode ter amigos na política? Não pode ter familiares? Ou é só o facto de ter sido assessor que o torna um elemento promíscuo?
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