15 de outubro de 2008

Da ficção à realidade?


Barak Obama está na recta final e as últimas sondagens dão-lhe 14 pontos de diferença à frente de John McCain. Do que conhecemos das nossas maduras democracias europeias, esta diferença entre candidatos a escassas três semanas das eleições representavam, não só uma vitória certa, mas sobretudo uma vitória esmagadora para o candidato melhor posicionado. Nesta linha de raciocínio, um dos temas mais interessantes desta fase final de campanha, mas que pouco debatido vi, acaba por se sintetizar numa frase: Porque não cantam já vitória os Democratas? E a resposta obviamente não expurga os fantasmas do denominado efeito Bradley ou não fosse Obama de cor. Mais agudizante é esta questão quando afinal o número de indecisos (pelo menos segundo revelam as mesmas sondagens) ainda é grande. Na realidade, toda uma campanha pode não depender da validade das proposta dos candidatos, mas sim de factores de indefinição como a raça. Para os que não conhecem , o conceito do efeito Bradley resultou do Congressista afro-americano Thomas Bradley que, em 1982, foi derrotado na eleição para Governador da Califórnia apesar de surgir destacado à frente em todas as sondagens.

Este é, porventura, o verdadeiro retrato da América que não conhecemos. Mas neste quadro, não deixará de ser curioso equacionar outro exemplo, como que numa abordagem do outro lado do paradigma.

Todos estamos cientes (e a História tem sido pródiga em nos mostrar isso mesmo) como a poderosa máquina cinematográfica dos EUA (enquanto instrumento de Comunicação) tem sido capaz de moldar a realidade política, económica, social, cultural, da sua sociedade americana. Num exemplo desta esfera brutal existe uma série da FOX que teve um reconhecido impacto, dentro e fora fronteiras. Falo da "24" com Kiefer Sutherland. Intensa, brutal, dramática, mas curiosamente onde os dois presidentes americanos que personificam o ideal de audácia, patriotismo, determinados, incorruptíveis, verdadeiros Homens de Estado, David e Wayne Palmer, são precisamente... negros.

Da ficção à realidade?

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